Written by Assistente on September 27, 2018 in Produção Teses e dissertações

Autor(a): SILVESTRE, Giane.

Resumo:Esta pesquisa teve como objetivo compreender como o controle do crime das instituições e dos operadores estaduais está sendo afetado pelo surgimento de novas formas de organização do “mundo do crime”. Perguntou-se como as instituições e os operadores se vêem afetados pelo surgimento do Primeiro Comando da Capital, o PCC; qual o impacto em seu trabalho, nas formas de exercer controle e gestão institucional do crime; que representações elaboram sobre as mudanças nos contextos em que atuam e desenvolvem suas atividades profissionais. Para tanto, iniciou-se a análise de dois casos empíricos ocorridos em São Paulo, envolvendo o PCC e o chamado “debate” – um novo mecanismo de gestão da violência trazido a partir da consolidação do PCC dentro e fora do São Paulo. Sistema prisional de Paulo. Os casos também ajudam a identificar duas estratégias principais para o controle do crime em São Paulo: i) um controle militarizado guiado principalmente pelo combate letal e seletivo com supostos criminosos, representados pela Polícia Militar e; um controle judicial clássico, no qual a lógica da investigação permanece ligada ao modelo arcaico da investigação policial e prioriza o encarceramento de certos tipos de crimes e pessoas, mantendo os baixos níveis de punição para os casos de letalidade policial. Parte do trabalho de campo foi realizado por meio de entrevistas com policiais civis e militares, xerifes, promotores e juízes que trabalham no controle do crime, incluindo o Grupo Especial Contra o Crime Organizado da Procuradoria (GAECO). Foi desenvolvida uma pesquisa baseada em dados oficiais sobre criminalidade e investimentos em segurança pública, a fim de observar as tendências, preferências e escolhas políticas dos gestores de áreas na última década. Os resultados indicam que o surgimento do PCC afetou as estratégias de controle da criminalidade realizadas por cada uma dessas instituições, embora continuidades tenham sido observadas. O PCC passou a ser visto como “crime organizado”, sinal que muitas vezes alegava justificar ações violentas e letais em supostos confrontos. As investigações envolvendo o PCC têm sido recorrentemente conduzidas por meio de parceria entre promotores e policiais militares, muitas vezes da polícia judiciária, o que gerou tensões entre as instituições e seus operadores. A Polícia Civil, por sua vez, opera com a coexistência da “lógica inquisitorial”

 

ACESSE:“Enxugando iceberg” como as instituições estatais exercem o controle do crime em São Paulo.